Por que temos que aprender a dividir?

Quando somos crianças ou quando somos mães de crianças pequenas nos dizem que é preciso saber e ensinar a dividir. Claro, por óbvio vivemos em sociedade e esse ensinamento faz parte para um bom convívio com pessoas e para a sociabilização no futuro, não tenho dúvidas mas esse ensinamento foi meio que um marco para uma chave que o meu cérebro virou na infância entre “ser aceita” e “não ser aceita”. 

Ao invés de aprender o conceito de dividir, de compartilhar ideias, de chegar em um concenso eu apredi que ou eu fazia o que os outros queriam ou eu seria automaticamente excluída das minhas rodinhas de amigos.

Por eu ser filha única a coisa ficava pior e era como se eu já tivesse a maldição do egoísmo e da insensibilidade e da falta de solidariedade no meu coração.

Então a própria psicologa que me tratava na infância falava: “tudo bem, vc foi filha única então você naturalmente não aprendeu a dividir porque não tinha com quem dividir”... sacou?

Enfim, da pra entender então que consequentemente aprender a dividir pra mim “deu ruim” porque:

Aprendi que eu era uma egoista do caralho,

Nasci errada e tinha que me consertar no caminho,

Logo, bateu aquela sensação ruim de não pertencimento e o pior aconteceu: total submissão. E essa submissão resultou nesse esgotamento emocional em que me encontro.

Eu me rendi às vontades e desejos alheios, não aprendi a dizer não e agora vivo com essa irritabilidade extrema dentro de mim que não vai embora.

A vontade é de reverter ao extremo e começar a fazer somente o que eu tenho vontade. Acreditem, dia desses eu quis fazer uma tatuagem e pintar o cabelo de platinado, meio que voltar no tempo e recuperar as coisas que eu quis fazer mas não fiz.

Mas não dá, não dá pra apagar a história que já foi construída e nem viver desse arrependimento incrível de não ter tentado ser eu mesma. Se eu tivesse mesmo tomado as decisões da minha vida por mim quase tudo seria diferente, inclusive eu.

Não sei se eu seria uma pessoa melhor ou pior mas seria diferente com certeza. Mas, se eu mudar agora e começar a pensar mais em mim e a dizer não, o que será que acontece?