Éramos 6
Em um universo de aproximadamente 95.000 funcionários, 6 foram convidados para um vídeo institucional de final de ano, para uma campanha chamada 16 dias de ativismo. A ideia era compartilhar com o restante dos 95.000 funcionários da empresa a importância do respeito à diversidade.
Pra mim, participar disso foi a melhor experiência de todos os meus 12 anos de empresa e olha que já passei por coisas boas. O melhor de tudo foram as outras 5 pessoas que conheci e suas lindas e corajosas histórias de vida. Aqui eu quero destacar algumas dessas histórias, por exemplo, você deve imaginar que não é fácil ser uma das 7 mulheres em 84 Superintendências em todo Brasil.
O que essa mulher teve que provar e lutar para estar num cargo como esse? E ser um senhor com 39 anos de empresa e trabalhar com pessoas que nem 39 anos de idade tem? E ser gestora de uma unidade com aproximadamente 30 pessoas mais velhas de idade e de empresa do que você? Com tantas histórias de bravos guerreiros contudo as duas últimas personagens da minha história foram as que mais me emocionaram.
Thiago perdeu a visão num acidente de carro quando tinha apenas 11 meses de empresa. Ficou afastado pelo INSS por 4 anos. Quando o INSS quis aposenta-lo por invalidez, Thiago se recusou, não queria acabar com suas possibilidades de carreira para sempre. Em conjunto com o RH da empresa estudou possibilidades de sistemas especializados para pessoas com deficiência visual e adaptou tudo a sua rotina de trabalho, voltou e ainda conseguiu seguir carreira na empresa.
Alessandra, negra, passou por muitas situações de racismo, teve que acionar a área de diversidade na gestão de pessoas para saber como lidar com essa questão dentro do ambiente de trabalho. Além do racismo, teve de lidar com o preconceito de ter um filho autista e, por amor a ele, recorrer a um horário flexível dentro da empresa que não agradou o restante dos colegas. Histórias difíceis para pessoas fortes e especiais!
Eu também estava lá, representante LGBT, uma honra! Fazendo questão de contar minha trajetória de preconceito dentro da empresa até o momento de decisão em ser aberta com os colegas e a importância em ter o respeito deles. Talvez eu consiga inspirar alguém que ainda sinta qualquer dificuldade com a dolorosa omissão e assim minha missão de infância de mudar ou fazer diferença no mundo terá de alguma forma se concretizado.