#oneLOVE

Recentemente li um depoimento muito interessante da produtora e roteirista de séries famosas, Shonda Rhimes, onde ela dizia, ao ser questionada sobre cenas gays: "se você usa frases como 'cenas gays' além de você estar atrasado para a festa você não está convidado para a festa."

Fui acometida por uma esperança imensa de que já não mais é aceitável e decente achar uma cena de amor ou sexo entre dois iguais de forma diferente de normal ou comum. Chegamos perto da igualdade finalmente? Estamos quase lá aos olhos da sociedade? Quem dera fosse tão simples. Em que pese minha desenvoltura hoje de comentar com um estranho que vivo com outra mulher há mais de 5 anos e que inclusive temos filhos em comum, filhos esses devidamente registrados com o nome das duas mães, as estatísticas não são tão animadoras.

Assim como em 1789 as mulheres iniciaram a caminhada em busca de igualdade de direito com a Revolução Francesa e até hoje vemos tantos resquícios de uma questão tratada com tantos atrasos, a homoafetividade ainda tem muito a caminhar. Assim como temos aquele marco teórico do fim da abolição da escravatura em 1888 e ainda hoje olhamos para o lado e não vemos as pessoas negras ocupando posições de igualdade com as pessoas brancas, ainda há o que conquistar a cada dia com a visibilidade homoafetiva.

De toda forma, entendemos aí, pelas palavras de Shonda Rhimes, qual será nosso próximo passo necessário: encarar a cena gay, o amor gay, o casal gay simplesmente como uma cena, um amor, um casal, como qualquer pessoa, sem margem pra comentários a mais e desnecessários.